

Capítulo 4.
Elaboração de Sequências Didáticas para o Ensino de Ciências
Introdução
Para pensarmos como as práticas educativas de planejamento e organização do conteúdo são desenvolvidas, é necessário estarmos atentos para alguns pressupostos que guiam a ação docente. Um deles referese à ideia de que os professores constroem sua ação de forma reflexiva, ou seja, atuam racionalmente, elaborando juízos e tomando decisões num contexto complexo e incerto. Deste modo, as decisões, juízos e pensamentos guiam a conduta dos professores em seus contextos de trabalho e são derivados de suas crenças, teorias, saberes implícitos etc. (ZABALZA, 1994). Mas, como se passa do pensamento à ação? Zabalza esclarece que a conduta do professor não é isomórfica em relação ao seu pensamento (tal qual o efeito e a causa), mas, obedece a uma racionalidade que implica em “conexões de significação e intencionalidade, de perspectiva” (ZABALZA, 1994, p. 32). A fim de tornar esses sistemas de significação explícitos e coerentes é importante que o professor planeje e organize suas ações educativas, dotando-as de uma dada intencionalidade. Uma das formas de organizar e planejar o trabalho docente, mais especificamente o ensino de um determinado conteúdo de Ciências, é a elaboração de Sequências Didáticas (SD) ou Sequências de Ensino (SE). Atenção, SD ou SE não são uma abordagem, metodologia ou tendência pedagógica, antes disso, são uma forma de planejamento do ensino. Mas também não se resumem à mera instrumentalização do planejamento, pois são um exercício de se pensar sobre o fazer docente; sobre as intenções e os propósitos de cada atividade, tornando conscientes as escolhas didáticas dos professores. Além disso, é importante ressaltar que o planejamento do ensino, na forma de SDou SE, não é uma “camisa de força”, pois todo planejamento está sujeito a mudanças, a depender do contexto e das condições nas quais o trabalho é realizado.