Introdução

As Unidades de Ensino Potencialmente Significativas (UEPS) podem ser elaboradas como Sequências de Ensino e Aprendizagem (MOREIRA; MASSONI, 2016) ou Sequências Didáticas (Capítulo 4). Apresentam pressupostos teóricos baseados nos trabalhos de Moreira (2011a; 2011b) e Moreira e Massoni (2016), ancorados na aprendizagem significativa de David Ausubel, nas teorias de educação de Joseph D. Novak e de D. B. G.Gowin, na teoria sociointeracionista de Lev Vygotsky, na teoria dos campos conceituais de Gérard Vergnaud e principalmente na teoria da aprendizagem significativa crítica, do próprio Moreira (2011a). Mesmo que as UEPS estejam baseadas em diferentes pressupostos teóricos, a mais característica é a Teoria da Aprendizagem Significativa (TAS) de David Ausubel (1918-2008) (MOREIRA; MASSONI, 2016). Ausubel foi um teórico dedicado à psicologia educacional, preocupado com o ensino e a aprendizagem nas salas de aula e com o processo de aquisição de conhecimentos de forma significativa. Seus estudos o levaram a elaborar uma teoria que pressupõe a existência de duas condições primordiais para que a aprendizagem significativa se concretize: o conhecimento prévio dos estudantes e a predisposição para aprender (MOREIRA; MASSONI, 2016). A TAS está centrada na aprendizagem significativa do estudante, isto é, na aprendizagem em que o novo conhecimento ganha significados e o conhecimento prévio também pode ganhar novos significados, ficando mais elaborado, mais estável e sendo capaz de sustentar novos conhecimentos. Marco Antônio Moreira tem sido um grande divulgador da TAS de Ausubel (MOREIRA; MASSONI, 2016; MOREIRA 2011b), principalmente no ensino de Ciências. Este pesquisador e educador acredita que a aprendizagem não deve ser somente significativa, mas também crítica (MOREIRA; MASSONI, 2016). Na sua perspectiva, os estudantes devem captar criticamente os significados dos conteúdos, ou seja, devem apresentar a intencionalidade de captar e internalizar os significados aceitos no contexto dos conteúdos que estão sendo ensinados, porém não como significados únicos e definitivos. Neste sentido, Moreira propõe o que queremos apresentar neste capítulo: as UEPS, ou seja, a organização do conhecimento de forma significativa e crítica.